Manutenção técnica

Primeira parte: A autonomia elétrica durante o cruzeiro

É o cerne da questão: as luzes, os instrumentos, o piloto automático, ...

13 de abril de 2023

tudo funciona com a eletricidade a bordo de um barco à vela e os catamarãs não são uma exceção a esta regra. Antes de saber como obter a autonomia elétrica, é necessário fazer um cálculo dos consumos de bordo...

 

Tentamos recordar alguma coisa do curso de física do ensino secundário: tanto no caso da luz da cabine como de um radar, a quantidade de eletricidade consumida por um aparelho mede-se em ampere-hora (Ah): o produto do consumo (expresso em ampere) e do tempo de utilização (h).

Para calcular de maneira realista a quantidade de eletricidade a ser produzida para 24 horas, devem-se portanto identificar todos os aparelhos de bordo e conhecer o seu consumo. Depois, será útil preencher uma tabela. Na realidade, aconselhamos duas tabelas, com base do uso que é feito do barco: no cais ou em navegação.

Falta conhecer o consumo efetivo de cada aparelho.

Encontra-se na base de um lâmpada, na etiqueta do produtor ou no manual de operação. Sendo que nem sempre é fácil encontrar o valor, e como os consumos indicados às vezes são otimistas, é melhor dedicar um pouco de tempo a medir cada consumo.

Em geral, os quadros elétricos possuem um amperímetro. Desconectar todos os instrumentos e certificar-se de que o amperímetro esteja a zeros. Agora, ligar o VHF em modo de espera. Será possível, assim, conhecer, com muita fiabilidade, o consumo de cada instrumento. É um trabalho um pouco demorado, mas vale mesmo a pena ser feito.

Depois, pergunte-se qual o tempo de utilização, e tente ser preciso.  Tem certeza de que nesta curta travessia, de 150 milhas, o piloto automático será usado apenas a metade do tempo e que os voluntários para o leme serão tão numerosos? Pensou em medir o consumo do computador portátil quando as crianças estão a ver um DVD? O frigorífico consumirá certamente mais agora, que estamos a descer de latitude, onde fará mais calor, e ao esvaziá-lo gradualmente. Quantos duches serão tomados por dia? E, quem se esqueceu de apagar a luz de leitura do beliche se for revezar para o fazer seu turno?!

Preste atenção ao que consome muito, como o piloto automático.

Devem-se anotar os consumos da navegação à bolina, com vento leve e depois divertir-se a medir novamente no dia em que se navega com mar agitado, com vento à alheta. O consumo pode até triplicar...

De acordo com a nossa experiência, imaginar consumir menos de 200 Ah em 24 horas num barco moderno bem equipado, navegando com a família, não é muito realista.

300 Ah não é um valor surpreendente. Se o valor for maior, deve-se avaliar o próprio estilo de vida e a capacidade de consumir menos, uma preocupação que começa a interessar também a quem não navega, e faz parte dos hábitos a aprender durante um cruzeiro, em particular para as crianças...